quinta-feira, 21 de julho de 2011

Álcool - Droga de Abuso

Embora muito frequente, o uso nocivo do álcool  está crescendo cada vez mais.
Apesar de o álcool possuir grande aceitação social e seu consumo ser estimulado pela sociedade, este é uma droga psicotrópica que atua no sistema nervoso central, podendo causar dependência e mudança no comportamento. Quando consumido em excesso, o álcool é visto como um problema de saúde, pois este excesso está inteiramente ligado a acidentes de trânsito, violência e alcoolismo (quadro de dependência).

O Álcool etílico, usualmente chamado etanol, é uma substância química obtida principalmente da fermentação de açúcares.     É popularmente conhecida como: cachaça, pinga, mel, mé, loirinha, goró, cana, birita, entre outras denominações próprias que podem variar de acordo com os acompanhamentos, frutas, mel, e até mistura entre elas.


Padrão de Uso

É ingerida na forma de bebida, associada a outros componentes e com quantidades variadas de álcool, por exemplo: em cervejas temos a concentração de 6%, nos vinhos e champanhes 8 a 20% e nos destilados (uísque, rum, etc) 35 a 45%.
O álcool é muito comum principalmente em eventos festivos o que aumenta assim o seu consumo. Sua popularidade ocorre principalmente pela aparente ação estimulante que acontece no início com o consumo de pequenas doses.
De acordo com a lei 12.265 esta proibida a venda de bebidas álcoolicas para menores de 18 anos, porém cada vez mais cedo os jovens tem acesso a essas bebidas. Primeiramente pela facilidade de aquisição, estímulo dos pais e eventos festivos.

   Os efeitos do álcool são percebidos em dois períodos, um que estimula e outro que deprime. No primeiro período pode ocorrer euforia e desinibição. Já no segundo momento ocorre descontrole, falta de coordenação motora e sono. Os efeitos agudos do consumo do álcool são sentidos em órgãos como o fígado, coração, vasos e estômago.

Atua como depressor direto do SNC (Sistema Nervoso Central), ou seja, diminui sua atividade. Isto porque afetam diversos neurotransmissores no cérebro, dentre eles o ácido gama-aminobutírico (GABA) e o glutamato.

Seu principal mecanismo de ação consiste em favorecer a atividade do GABA (receptor inibitório), e desta forma promover um aumento na freqüência de abertura de canais de cloro, passando uma maior quantidade de íon para o meio intracelular, desencadeando uma hiperpolarização neuronal. Além disso, tem capacidade significativa de inibição do neurotransmissor glutamato (excitatório do SNC) desta forma agravando o quadro de depressão do sistema nervoso central.

Isso significa que é esse mecanismo de ação do alcoól, tão paradoxo que promove ao mesmo tempo um efeito depressor e excitatório do nosso (S.N.C), sistema nervoso central.

Quando ele inibe a atividade do Glutamato, que é excitatório, e ao mesmo tempo estibula a atividade do GABA, que é inibitório, ele leva o individuo a um quadro de depressão grave e dependendo da concentração e quantidade ingerida pode levar ao coma alcoólico.

Em caso de suspensão do consumo, pode ocorrer também a síndrome da abstinência, caracterizada por confusão mental, visões, ansiedade, tremores e convulsões.



Efeitos tóxicos


Os efeitos tóxicos ou comportamentais desencadeados pelo uso do álcool são dose - dependentes, ou seja, variam de acordo com dose ingerida e também do tempo de consumo. Sendo assim temos: efeitos em curto prazo (logo após a ingestão) e efeitos em longo prazo (mais característico de alcoólatras crônicos).

Curto Prazo: por atuar no SNC seus efeitos relacionam-se principalmente com as funções motoras e de ordem psicológica. E como dito acima, seus sintomas irão variar de acordo com a dose ingerida, conforme demonstra quadro abaixo:




Etanol no sangue (gramas/litro)
Estágio
Sintomas
0,1 a 0,5
Sobriedade
Nenhuma influência aparente
0,3 a 1,2
Euforia
Perda de eficiência, diminuição da atenção, julgamento e controle
0,9 a 2,5
Excitação
Instabilidade das emoções, incoordenação muscular. Menor inibição. Perda do julgamento crítico
1,8 a 3,0
Confusão
Vertigens, desequilíbrio, dificuldade na fala e distúrbios da sensação.
2,7 a 4,0
Estupor
Apatia e inércia geral. Vômitos, incontinência urinária e fezes.
3,5 a 5,0
Coma
Inconsciência, anestesia. Morte
Acima de 5
Morte
Parada respiratória


Longo prazo: ocorrem principalmente nos órgãos e sistemas envolvidos em sua metabolização. Sendo assim temos:
- No fígado: pode desencadear hepatite alcoólica e cirrose. Principalmente pelo funcionamento exagerado das enzimas hepáticas e dos hepatócitos; em especial pela indução da isoenzima CP450-2E1 que desencadeiam desequilíbrios metabólicos pela formação de radicais livres que são de grande importância na hepatotoxicidade.
- Receptores de Glutamato: esses receptores tem a propriedade de desenvolverem excitotoxicidade, que está relacionada á degeneração de neurônios em regiões específicas do SNC, como por exemplo, o hipocampo, o córtex, e o estriado.
- Rins: o etanol consegue perturbar os processos de regulamentação renal alterando sua estrutura, seu funcionamento, e sua capacidade de controle eletrolítico. Com isso percebe-se também alterações nos valores de pressão arterial e o aparecimento de edemas.
- TGI: o etanol provoca irritação na mucosa gástrica e aumenta a secreção de gastrina e histamina, podendo causar gastrite e úlcera péptica; diarréia crônica como resultado de má absorção no intestino delgado e pancreatite também pode ocorrer.


Pronto Atendimento em caso de overdose

Por ser rapidamente absorvido, o etanol é metabolizado e transformado em ácido acético, que em quantias elevadas impede o fígado de liberar glicose no sangue, causando hipoglicemia. Essa baixa de glicose no cérebro é responsável pelo desmaio característico de um quadro de overdose. Sendo assim devemos: Verificar o nível de consciência da vítima, deitá-la de lado de forma que não venha a se asfixiar caso vomite e encaminhá-la imediatamente ao hospital para melhor atendimento pelo profissional médico.
No hospital, o procedimento indicado é a aplicação de glicose em soro concentrado para estabilização da hipoglicemia e possível quadro de desidratação. Em casos extremos de parada respiratória os procedimentos são os de primeiro socorros (massagem cardio-respiratória) com possível administração de adrenalina. Para casos brandos de ingestão, é importante tomar bastante líquido e consumir sucos bem adoçados ou doces.




O  álcool pode interagir com outras drogas como benzodiazepínicos, opióides, analgésicos, anfetaminas, cocaína, barbitúricos, alucinógenos, antibióticos e anti-histamínicos, sendo que estas combinações podem afetar o indivíduo em muitas formas.

Interação farmacológica significa que há uma alteração das propriedades de determinada droga quando na presença de outra.

Interação farmacocinética: Efeitos diretos na absorção ou indiretos na metabolização da droga, por exemplo a interação que ocorre no fígado onde muitas drogas são metabolizadas pelas mesmas enzimas
Interação farmacodinâmica: interferência no mecanismo de ação das drogas.

O Álcool, é um assunto sério, e deve ser tratado com respeito, mais que um problema familiar é um problema social, pode interferir de diversas formas na vida do indivuou.

Por isso deve ser consumido de forma consciente e responsável para que desta forma, a " Brisa boa" causada por ele, não se transforme em dores de cabeça, imprudência e dependência.....

Para saber mais informações e dicas pra tratamento de alcoolismo, segue duas dicas de sites para tirar dúvidas e buscar ajuda.









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